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O EDIFÍCIO FLOR DE MAIO

O Edifício Flor de Maio possui estreita relação com a Praça Oito, tanto espacial como histórica. A Praça Oito, ao longo de diferentes épocas, foi um dos locais mais frequentados da cidade, sendo palco de manifestações culturais e cívicas por décadas no século XX. As edificações que a circundavam eram geralmente bares e comércios consolidados de referência da região. Como visto anteriormente, por volta de 1942 aconteceu a construção do relógio no centro da praça, assinalando também uma nova estética para a capital

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A história do Edifício Flor de Maio acompanha a história da Praça Oito, uma vez que essa atraía as principais casas comerciais e outros estabelecimentos no início do século XX. Conforme análises do inventário feito pelo IPHAN, dos registros da Prefeitura Municipal de Vitória e das fotografias datadas do acervo digital do Arquivo Público Estadual, o Edifício Flor Maio é fruto de uma reconstrução sobre um sobrado de arcabouço colonial

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Em uma primeira reforma, o estilo eclético foi adotado seguindo a tendência das construções da segunda metade do século XIX, onde nele funcionava o Café Rio Branco. Uma nova reforma foi empreendida em 1933 pelo arquiteto autodidata André Carloni, quando ocorre o acréscimo de mais um pavimento, para uso comercial, recuado em relação a fachada posterior, na Rua Duque de Caxias, bem como a remodelação total da fachada da Avenida Jerônimo Monteiro, adotando o estilo Art Déco, oriundo do discurso modernizador que representava a mudança social e econômica da capital nos anos de 1930.

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Com uma envoltória Art Déco, é inaugurada a loja de chapéus e acessórios chamada Flor de Maio quando o edifício adota o nome da chapelaria. Simplicidade na composição, formas geométricas, alto relevo que criam linhas de sombra que alongam o edifício com o térreo bem marcado sob um balcão austero. Essas são as características morfológicas do estilo que perduram até a atualidade, mantendo vivo o legado Art Déco em Vitória.

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Percebe-se a intenção do construtor em apropriar-se de técnicas e materiais recentes à época. O concreto armado no vigamento e pilares estruturais, bem como o vidro e o ferro nos elementos de arremate da fachada. Na atualidade, o edifício mantém a configuração de sua última reforma, totalizando três pavimentos em dois acessos independentes.

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A loja Flor de Maio se manteve em funcionamento até 2010 no térreo do edifício, quando o proprietário Graciano Ulisses Merlo fechou as portas do estabelecimento, quase centenário, por conta do baixo número de clientes. Atualmente, existe uma loja de varejo de roupas que aluga o espaço térreo, enquanto os pavimentos superiores funcionam um curso técnico profissionalizante para jovens.

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Com informações de:

DADALTO, Maria Cristina. Centro de Vitória. Vitória: Secretaria Municipal de Cultura. 1999. 338p, Coleção Elmo Elton.

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ELTON, Elmo. Logradouros antigos de Vitória. Vitória: IJSN. 1986. 240p

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FILHO, Vanderlúcio de Paula. Art Déco em Vitória: A Gênese de um Discurso de Modernização Modificando a Estética da Capital do Espírito Santo. Monografia de Garduação do Curso de Arquitetura e urbanismo da Universidade Vila Velha. Orientador: Luiz Marcello G. Ribeiro. Vila Velha. 2017.

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INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍTSTICO NACIONAL - IPHAN. Relatório do Fórum Técnico de Identificação. In: Projeto de Identificação dos Imóveis de Interesse de Preservação do Centro de Vitória. Vitória, 1995.

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